Justiça nega cremação do corpo de advogada que morreu em acidente de barco em Suape
26/06/2025
(Foto: Reprodução) Segundo juíza, corpo ainda deve passar por perícia antes de ser cremado. Polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do médico, que era o noivo da vítima e pilotava embarcação. Maria Eduarda Medeiros e Belinha, advogada e cadela de estimação que desapareceram no mar após acidente de barco na praia de Suape, no Grande Recife
Acervo pessoal
A Justiça negou permissão à família para cremar o corpo da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, de 38 anos, que morreu num acidente de barco no sábado (21), na praia de Suape, no Grande Recife.
Além dela, estavam a bordo o noivo da vítima, o médico Serafico Pereira Cabral Junior, de 55 anos, que pilotava a embarcação, e a cadela de estimação Belinha. Ele foi resgatado com vida enquanto o animal sumiu no mar. O caso é investigado pela Polícia Civil.
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A decisão foi publicada na terça-feira (24), depois que o corpo da advogada foi encontrado a alguns quilômetros do local do naufrágio, na praia de Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho. O velório foi realizado no mesmo dia, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, também na Região Metropolitana.
Na quarta-feira (25), um dia depois da cerimônia, policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Serafico Junior.
O pedido de fazer a cremação foi feito pela família da vítima, com base na declaração de óbito emitida pelo Instituto de Medicina Legal (IML), que atestou a causa da morte como "asfixia mecânica por afogamento".
Porém, na decisão, à qual o g1 teve acesso, a juíza Danielle Christine Silva Melo Burichel, que fazia o plantão judiciário da comarca do Cabo de Santo Agostinho, afirmou que o documento não substitui o laudo pericial tanatoscópico, que traz detalhes das análises da perícia e as conclusões técnicas sobre a causa da morte.
"A sua finalidade (do laudo pericial) transcende a mera atestação do óbito, sendo crucial para a formação da prova em eventuais investigações criminais ou cíveis, assegurando que a cremação não prejudicará tais apurações. A ausência do laudo pericial tanatoscópico nos autos impede a formação de convicção plena quanto à desnecessidade de preservação do corpo para fins investigativos, especialmente considerando a instauração de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte", disse a magistrada.
Além de negar a cremação, a juíza deu um prazo de cinco dias para que a família apresente o laudo pericial e solicitou ao IML e à 43ª Delegacia de Porto de Galinhas, responsável pelo inquérito, informações sobre o andamento das investigações, além da íntegra do documento.
O g1 tenta contato com a defesa da família de Maria Eduarda Medeiros para falar sobre a decisão.
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Busca e apreensão
Polícia faz busca na casa de médico que estava em lancha que naufragou em Suape
A Polícia Civil cumpriu, na quarta-feira (25), um mandado de busca e apreensão na casa do médico urologista Serafico Pereira Cabral Júnior. Ele pilotava a lancha que naufragou no sábado (21), na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife (veja vídeo acima).
Segundo relatos de Seráfico a testemunhas e autoridades, ele nadou por cerca de três horas até conseguir pedir socorro. A Polícia Civil não divulgou detalhes sobre o material apreendido durante a operação. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Porto de Galinhas.
A Marinha do Brasil também instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio. O objetivo é esclarecer se houve falha humana, técnica ou condições adversas de navegação.
A TV Globo tentou contato com o médico Serafico Júnior, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O urologista tem 55 anos. No Instagram, ele se apresenta como especialista em litíase (formação de pedras em órgãos como os rins e vesícula) e no tratamento de aumento da próstata. Além disso, conforme o perfil, o médico é membro da Sociedade Brasileira de Urologia e da Associação Americana de Urologia (AUA, em inglês).
De acordo com Tássia Medeiros, prima da advogada, Serafico pratica modalidades aquáticas, como windsurfing, tem experiência em pilotar embarcações e já fez diversos passeios com a namorada em Muro Alto.
Segundo a família, os dois estavam juntos há aproximadamente seis meses e, pouco tempo depois, o médico deu um anel de compromisso à advogada. Tássia contou ao g1 que ele pediu Maria Eduarda em casamento no dia do acidente. A novidade foi anunciada à família em vídeo enviado por ela pouco antes do naufrágio.
Naufrágio em Suape
Corpo de advogada que sumiu no mar após acidente de lancha em Suape é encontrado
O acidente aconteceu na tarde do sábado (21), na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho (veja vídeo acima).
A Praia de Suape é a última orla marítima do Cabo de Santo Agostinho antes do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca.
Segundo testemunhas, Maria Eduarda estava no barco com o namorado e a cadela quando a embarcação virou. A advogada e o animal de estimação ficaram perdidos no mar.
O médico Serafico Pereira Cabral Junior, de 55 anos, foi resgatado pelos bombeiros na costa e levado à UPA de Ipojuca, município vizinho ao Cabo.
De acordo com a prefeitura de Ipojuca, ele relatou às autoridades que nadou por três horas até à costa, onde conseguiu pedir ajuda.
O trabalho de buscas na região começou ainda na tarde do sábado (21).
As operações foram retomadas no domingo (22) e na segunda (23) e seguiam o dia inteiro, sendo suspensas no fim da tarde por causa da falta de visibilidade à noite.
De acordo com a Marinha, duas embarcações foram utilizadas nas buscas junto com o Corpo de Bombeiros, com base nas informações colhidas junto ao namorado da vítima. O trabalho também contou com apoio de helicópteros do GTA.
Atuaram o Corpo de Bombeiros, com o GTA, que fez sobrevoos no local, e uma equipe de comando operacional. A Marinha do Brasil também integrou a operação, utilizando uma moto aquática.
A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Porto de Galinhas.
O corpo de Maria Eduarda foi encontrado na manhã da terça-feira (24), quarto dia de buscas.
Advogada Maria Eduarda Medeiros e Belinha, sua cadela de estimação
Acervo pessoal
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