Satélite usado em Marte evitou desperdício de 18 bilhões de litros de água no RJ em 2024; veja como
13/09/2025
(Foto: Reprodução) Satélite evitou desperdício de 18 bilhões de litros de água em 2024 no RJ
Um satélite que já foi usado para buscar sinais de água em Marte tem ajudado a preservar milhões de litros do recurso aqui na Terra. Só em 2024, a tecnologia permitiu que o Rio de Janeiro evitasse o desperdício de cerca de 18 bilhões de litros de água tratada, volume suficiente para abastecer mais de 3 milhões de pessoas durante um ano.
O equipamento, incorporado ao Programa de Redução de Perdas da concessionária Águas do Rio, identifica vazamentos invisíveis a olho nu, muitas vezes escondidos sob camadas de asfalto.
O “raio x espacial” mapeia áreas de até 350 km², o equivalente a cerca de 49 mil campos de futebol, em uma única passagem orbital.
Geofones, um tipo de “estetoscópio” que escuta os sons do subsolo, indica o ponto exato do vazamento de água.
Divulgação / Águas do Rio
A tecnologia mapeia regiões urbanas com alta precisão, detectando a presença de água tratada com cloro embaixo da terra, um sinal de vazamentos ocultos na rede. A partir daí, equipes localizam o ponto exato com geofones, sem depender de buscas aleatórias.
“Ele consegue detectar o cloro presente na água numa profundidade de até 3 metros, e ele tem uma assertividade impressionante de 80%. Isso quer dizer que 80% dos vazamentos que são apontados pelo satélite foram confirmados em vistoria em campo”, explicou Aline Félix, gerente de Relações Institucionais da Águas do Rio.
Atualmente a Águas do Rio atual em 27 municípios fluminenses, em uma rede de 17 mil quilômetros de tubulações.
Equipes fazem o monitoramento do satélite do Centro de Operações Integradas da Águas do Rio
Divulgação / Águas do Rio
Em 2024, o satélite sinalizou 2.726 ocorrências na área de atuação da empresa. Destas, 2.144 foram confirmadas em campo.
“A gente detecta o vazamento mais rápido, conserta mais rápido e reduz a quantidade de perdas dentro do nosso sistema. No começo desse projeto vazamentos históricos, que estavam perdendo água há muitos anos, já foram sanados, e a gente conseguiu economizar milhões de litros de água”, explica Aline.
Inovação e sustentabilidade
Segundo o presidente da concessionária, Anselmo Leal, os resultados mostram como a inovação pode ser aliada da sustentabilidade.
“Ao unir inteligência tecnológica com compromisso ambiental, mostramos que é possível transformar a realidade das cidades. Com menos perdas, mais pessoas têm acesso à água, o meio ambiente é preservado e todos ganham. Inovar também é cuidar da vida”, concluiu Anselmo.
Quando assumiu o sistema, em 2021, a concessionária herdou uma rede com 65% de perdas. A meta da empresa é reduzir o índice de perdas para 25% em até 10 anos, combinando tecnologia espacial, obras de infraestrutura e fiscalização de ligações clandestinas.
Equipe com geofones que escuta os sons do subsolo para identificar vazamentos
Divulgação / Águas do Rio