Restaurante Jamile não tinha autorização da Prefeitura de SP para reformas no prédio, incluindo mezanino que desabou

  • 11/10/2025
(Foto: Reprodução)
Mezanino interno do restaurante Jamile, na rua 13 de Maio, antes e depois do desabamento. Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais O restaurante Jamile, onde o mezanino desabou na tarde de quarta-feira (8), causando a morte de uma funcionária e deixando oito pessoas feridas, teve dois pedidos de reforma do prédio negados pela Prefeitura de São Paulo nos últimos dez anos. O imóvel está localizado na Rua 13 de Maio, no Centro da capital. Segundo os registros da Secretaria de Licenciamento (SMUL), desde 2012 foram protocolados três pedidos de reforma do imóvel, mas eles não foram aprovados pelo órgão por falta de apresentação da documentação exigida pelos engenheiros do município, incluindo a instalação do mezanino que desabou. Dois desses três pedidos de reforma foram protocolados nos anos de 2015 e 2019. O Jamile foi inaugurado em setembro de 2015. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SP no WhatsApp O g1 apurou com comerciantes e empregados dos estabelecimentos vizinhos ao restaurante que o prédio onde atualmente está o Jamile era alugado para um banco antes de 2015. E esse banco não contava com o mezanino de madeira que caiu nesta quarta (8). Segundo as fontes, que não quiseram se identificar, a estrutura foi erguida no interior do prédio para atender as necessidades do restaurante dos empresários Alberto Hiar – o Turco Loco, dono da grife Cavalera, e Anuar Tacach, fundador da agência Out Out Office. O chef de cozinha Henrique Fogaça assina o cardápio do Jamile. Em nota enviada ao g1, a gestão Ricardo Nunes (MDB) confirmou o indeferimento de três pedidos de reforma do prédio do Jamile na Rua 13 de Maio. Um desses pedidos indeferidos incluía a instalação do mezanino, segundo o material disponível. Ou seja, não havia autorização da gestão municipal para nenhuma intervenção realizada no edifício. “Em 2012 foi protocolado um pedido de alvará para uma reforma, indeferido por falta da documentação exigida. Em 2015 e 2019, novas solicitações foram apresentadas e também indeferidas pelo mesmo motivo. Em 2020, o processo foi encerrado e em 2021 houve o encerramento definitivo no sistema, sendo necessário abrir novo processo para a realização de qualquer obra", disse em nota a Subprefeitura Sé. Em nota, o Jamile afirmou que "possui alvará de funcionamento vigente, documento que só é emitido pela prefeitura depois que são cumpridas todas as exigências legais, como obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e do Habite-se, que certifica que um imóvel foi concluído de acordo com o projeto aprovado e atende as normas de segurança, habitabilidade e infraestrutura exigidas pelo município." (leia nota completa abaixo) Desabamento em restaurante mata funcionária no Centro de SP Alberto Hiar, Henrique Fogaça e Anuar Tacach: os parceiros do restaurante Jamile, no Bixiga, em São Paulo, na inauguração de 2015. Divulgação/Jamile Segundo o Código de Obras e Edificações (COE) da cidade de São Paulo, toda mudança estrutural de imóveis precisa do Alvará de Aprovação de Reforma, que é um documento emitido pela Secretaria de Licenciamento. A Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017, diz que qualquer obra que altere a estrutura do imóvel, como a construção ou remoção de paredes, ou que aumente a área construída, necessita de Alvará de Aprovação de Reforma. Segundo os registros municipais, o prédio do restaurante pertence a Antônio Laurenti, empresário da família controladora do empório Basilicata, que fica a poucos metros do Jamile. O primeiro registro de reforma indeferido pela prefeitura está no nome de outro membro da família: Orlando Laurenti, de acordo com o Diário Oficial de 4 de dezembro de 2012. A equipe de reportagem foi até o local para falar com os representantes da família, mas não foi recebida nem teve os contatos respondidos. Apesar da falta de autorização de obra, a Subprefeitura Sé informou que o restaurante Jamile "possui licença de funcionamento válida, emitida em 2022. O estabelecimento também tem licença sanitária vigente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS)". Pedido de reforma para o prédio da 13 de Maio 647 indeferido pela Prefeitura de SP. Reprodução/PMSP Transformações do prédio Prédio do restaurante Jamile, na rua 13 de Maio, n° 647, no ano de 2011. Reprodução/GoogleStreetView Imagens do Google Street View mostram as transformações externas passadas pelo prédio da Rua 13 de Maio ao longo dos últimos 14 anos, sem os alvarás necessários. Nos registros, é possível ver, por fora, que o prédio originalmente não tinha o rooftop instalado no topo. Ele aparece apenas no registro feito pelo Google a partir de 2018. As imagens do Street View mostram que foi preciso uma reforma para ampliar ou criar o segundo pavimento do espaço, e a construção da área externa no topo do edifício, conforme as fotos abaixo. Prédio do restaurante Jamile, na rua 13 de Maio, n° 647, no ano de 2014. Reprodução/GoogleStreetView Segundo a prefeitura, a Defesa Civil foi acionada pelo Corpo de Bombeiros depois do desabamento e, após realização de vistoria, fez a interdição total do imóvel por risco de colapso. "Imóveis vizinhos não foram atingidos. Para a desinterdição, o proprietário deve cumprir as normas técnicas de segurança, realizar as intervenções necessárias e protocolar a documentação exigida junto à Subprefeitura. Ainda durante a vistoria feita no estabelecimento, não foram constatadas irregularidades ou obras em andamento", disse. Prédio do restaurante Jamile, na rua 13 de Maio, n° 647, no ano de 2016. Reprodução/GoogleStreetView Prédio do restaurante Jamile, na rua 13 de Maio, n° 647, no ano de 2017. Reprodução/GoogleStreetView Prédio do restaurante Jamile, na rua 13 de Maio, n° 647, no ano de 2018. Reprodução/GoogleStreetView O que diz a Prefeitura de SP "A Subprefeitura Sé informa que o restaurante localizado na Rua Treze de Maio, 647, na Bela Vista, possui licença de funcionamento válida, emitida em 2022. O estabelecimento também tem licença sanitária vigente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A Defesa Civil foi acionada pelo Corpo de Bombeiros e, após vistoria, realizou a interdição total do imóvel por risco de colapso. Imóveis vizinhos não foram atingidos. Para a desinterdição, o proprietário deve cumprir as normas técnicas de segurança, realizar as intervenções necessárias e protocolar a documentação exigida junto à Subprefeitura. Ainda durante a vistoria feita no estabelecimento, não foram constatadas irregularidades ou obras em andamento. Em 2012 foi protocolado um pedido de alvará para uma reforma, indeferido por falta da documentação exigida. Em 2015 e 2019, novas solicitações foram apresentadas e também indeferidas pelo mesmo motivo. Em 2020, o processo foi encerrado e em 2021 houve o encerramento definitivo no sistema, sendo necessário abrir novo processo para a realização de qualquer obra." O que diz o Jamile "O Restaurante Jamile informa que possui alvará de funcionamento vigente, documento que só é emitido pela prefeitura depois que são cumpridas todas as exigências legais, como obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e do Habite-se, que certifica que um imóvel foi concluído de acordo com o projeto aprovado e atende as normas de segurança, habitabilidade e infraestrutura exigidas pelo município. Portanto, o estabelecimento regularizou todos os ajustes que haviam sido apontados nos indeferimentos da administração municipal, algo comum em todo projeto, e vinha funcionando dentro dos parâmetros legais. O Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Polícia Científica estiveram no local e conduzem as investigações para apurar as causas do acidente ocorrido na última quarta-feira (8). A administração do restaurante está colaborando integralmente com todas as autoridades competentes, fornecendo informações e documentos técnicos necessários à perícia. O Restaurante Jamile lamenta profundamente a morte de Suênia Maria Tomé Bezerra e se solidariza com seus familiares, aos quais está prestando toda a assistência necessária, incluindo o traslado do corpo para a Paraíba. A empresa também está oferecendo apoio psicológico a todos os colaboradores impactados pelo ocorrido."

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/10/11/restaurante-jamile-nao-tinha-autorizacao-da-prefeitura-de-sp-para-reformas-no-predio-incluindo-mezanino-que-desabou.ghtml


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